💍 com estilo, sem perder a CABEÇA
Sim, eu sou a noiva de kimono da direita — linda, serena, parecendo atriz de dorama coreano.
Casei três vezes com o mesmo caramba . Pois é.
Uma vez em Londres, outra no Brasil (por causa do visto, porque amor mesmo, né?),
E a terceira no Japão, só pra agradar a sogra que queria mandar um álbum pro meu pai.
Resumo da ópera: um casamento trilingue e uma paciência bilíngue.
💔 A fuga do noivo e o cigarro eterno
Um belo dia, o príncipe oriental resolveu ir comprar cigarro e… nunca mais voltou.
Clássico, né? Encontrou uma “japonesa de verdade” e desapareceu.
Eu, com uma filha no colo e uma avalanche de frustração, percebi que minha vida tinha virado um drama da NHK.
Mas, como boa brasileira com sangue latino fervendo, fiz o que a gente faz de melhor:
Chorei, xinguei e segui em frente. FUI!
Na marra, virei mãe solo num país onde até o cachorro entende japonês melhor que você.
🎎 A boneca e eu — duas quebradas de sorte
No meio disso tudo, havia minha bonequinha japonesa —
A única coisa que ganhei na sorte, numa rifa da escola.
Linda, delicada, equilibrada… até o dia em que, na mudança, ela caiu e quebrou a cabeça.
Olhei pra ela, olhei pra mim e pensei: “Tá vendo? Estamos iguais.”
Ambas quebradas, mas ainda em pé — com fita adesiva, maquiagem e dignidade.
Engraçado como o universo tem humor negro.
A boneca virou o espelho do que eu estava vivendo:
frágil, cabeça rachada, mas insistindo em continuar bonita.
🌷 O que ficou
Anos depois, entendi: recomeçar dói, sim.
A gente perde, se quebra, se refaz — e aprende a rir da própria tragédia.
A boneca quebrada ficou guardada num canto, e cada vez que eu a vejo,
lembro que algumas rachaduras são só a prova de que a gente sobreviveu.
🫶 Moral da história:
Nem todo mundo que vai comprar cigarro volta.
Mas quem fica — mesmo rachada — pode se tornar algo muito mais bonito: real.